terça-feira, 14 de maio de 2013

COLETÂNEA DE JOGOS



UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
JOELMA MARIA UHLIG
MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO
UNIDADE DIDÁTICA





VENCENDO A INDISCIPLINA POR MEIO DOS JOGOS COOPERATIVOS
CURITIBA 2008
JOELMA MARIA UHLIG
MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO
UNIDADE DIDÁTICA





VENCENDO A INDISCIPLINA POR MEIO DOS JOGOS COOPERATIVOS


Material didático pedagógico
apresentado como requisito parcial
à obtenção de título Professor PDE,
ao Programa de Desenvolvimento
Educacional, Secretaria de Estado
da Educação. Universidade Federal
do Paraná.



Carlos dos Santos
CURITIBA 2008
  

INTRODUÇÃO


Atualmente a indisciplina tornou-se um “obstáculo” ao trabalho pedagógico e os professores ficam desgastados, tentam várias alternativas, e já não sabendo o que fazer, chegam mesmo em algumas oportunidades a pedir ao aluno indisciplinado que se retire da sala já que ele atrapalha o rendimento do restante do grupo.
Nesses casos, os alunos são encaminhados à Equipe Pedagógica, onde muitas vezes há pressões por parte dos professores para que sejam aplicadas punições severas a esses estudantes.
Como agir nessa situação?
De que forma a Educação Física pode ajudar?
Os adolescentes e jovens estão perdendo a noção de seus limites, dos valores humanos e a conseqüência disto é o que enfrentamos dentro da escola e fora dela, na sociedade.

O aluno passa a imaginar que na escola pode, assim como em casa, “fazer o que bem entender”, entrando em conflito com o próximo, se autodestruindo.
Uma das funções da escola é estabelecer limites e proporcionar uma educação plena com vistas ao desabrochar de virtudes e valores aos seus alunos. Um lugar privilegiado para que aconteça uma educação adaptada às exigências do nosso tempo.

A Educação Física, sendo um dos componentes curriculares da escola, tem como função educar para compreender e transformar a realidade que nos cerca, a partir de sua especificidade que é a cultura do movimento humano. Sendo este, carregado de elementos históricos, éticos, técnicos, políticos, filosóficos, étnicos que devem ser estudados e praticados na escola.

Se o objetivo da escola é atender à educação global do aluno, a Educação Física, como seu componente curricular precisa também dar a sua contribuição para que o aluno possa conhecer, escolher, vivenciar, transformar, planejar e ser capaz de vivenciar os valores associados à boa convivência em sociedade.

JUSTIFICATIVA

O Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE prevê em sua proposta, a construção de material didático pelos seus participantes, de forma colaborativa com os grupos de professores da rede, sobre questões que visem a melhoria da qualidade de ensino.

Desta forma, após levantarmos as principais necessidades da prática pedagógica dos professores, percebeu-se a escassez de materiais disponíveis, na busca de estratégias que venham minimizar o problema da indisciplina escolar.
Objetivando auxiliar o professor de forma criativa e prática, elaborouse esta unidade didática constituída de atividades vivenciais formativas e informativas, baseado em autores da área.

Este material não tem a pretensão de ser um receituário, podendo cada atividade ser adaptada, transformada e melhorada de acordo com cada realidade.

OBJETIVOS

* Pretende-se com este material dar subsídios ao trabalho dos professores de Educação Física no que se refere aos Jogos Cooperativos, destacando a importância do mesmo para a diminuição dos casos de indisciplina na
escola;
* Organizar um material acessível, tendo como suporte sugestões de jogos
elaborados por autores renomados;
* Incentivar outras pessoas a investir nos Jogos Cooperativos como uma
pedagogia viável;

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*Apresentar sugestões de atividades que desenvolvam principalmente a
cooperação, a estima e o respeito;
* Também pretende-se buscar melhores resultados no que se refere ao comportamento dos alunos, através da realização das atividades propostas neste caderno e trabalhadas pelos professores da Rede Estadual, visando assim a melhoria de estratégias na relação professor aluno e aluno-aluno.

O que se faz necessário esclarecer...
Segundo ORLICK (1989 p 104):

Jogos de aceitação devem substituir os jogos de rejeição. Se fizermos com que cada criança se sinta aceita e dermos a cada uma um papel significativo a desempenhar no ambiente de atividades, estaremos bem adiantados em nosso caminho para a solução da maioria dos sérios problemas psico-sociais que atualmente permeiam os jogos e os esportes. Essa é uma das razões porque é tão importante criar jogos e ambientes de aprendizado onde ninguém se sinta um perdedor.

Para Soler (2003) existem vários tipos de jogos que podem ser bem
utilizados quanto ao objetivo almejado, são eles:

· Jogos cooperativos para apresentação;
· Jogos cooperativos para aproximação;
· Jogos cooperativos para afirmação;
· Jogos cooperativos para ligação;
· Jogos plenamente cooperativos;
· Jogos cooperativos para descontrair;
· Jogos cooperativos de confiança;
· Jogos cooperativos para resolução de conflitos;
· Jogos cooperativos utilizando pára-quedas.

É importante destacar que neste material procuraremos organizar algumas atividades elaboradas por autores de renome, que contribuam para minimizar o problema da indisciplina na sala de aula, buscando para isso a contribuição dos jogos que visem resolver conflitos e aproximar os alunos.

JOGOS COOPERATIVOS PARA APROXIMAÇÃO

Como o próprio nome sugere, estes jogos têm como principal objetivo aproximar os participantes. Numa classe indisciplinada, onde ninguém ouve ninguém, ninguém respeita o próximo não poderá haver aprendizagem, as pessoas que não se aproximam das outras não vêem sentido em respeitá-las.

Para PIAGET (1996), o respeito constitui o sentimento fundamental que possibilita a aquisição das noções morais. Conseguimos atingir a responsabilidade, desenvolvendo a cooperação, a solidariedade, o comprometimento com o grupo, criando contratos e regras claras e que precisarão ser cumpridas com justiça.

ATIVIDADES
1 – A Galinha Cega

Material: Venda para os olhos.
Disposição: Todos em círculo dando as mãos, menos um, que representará
a galinha cega.
Desenvolvimento: No centro do círculo se colocará um participante
vendado: a galinha cega. Depois de dar três voltas sobre si mesma, se
dirigirá a qualquer pessoa do círculo e apalpará seu rosto para tentar
reconhece-la. Se conseguir, troca de lugar com ela.
Objetivos:
* Percepção tátil;
* Percepção dos outros;
* Vivenciar uma atividade sem utilizar a visão.
6 SOLER (2003, p. 78)

2 – A Ordem das Idades

Material: Nenhum.
Disposição: Todos em fila.
Desenvolvimento: O compromisso é não falar mentiras durante o jogo e só
se podem usar gestos. O objetivo do grupo é ordenar por data de
nascimento, da maior para a menor, porém, sem falar. Ganhará o grupo
quando estiver todo em ordem. Aí sim, pode se falar.
Objetivos:
* Conhecer o grupo;
* Estimular a cooperação;
* Realizar uma atividade sem falar, aprendendo a observar.
SOLER ( 2003, p.78)

3 – Espiral

Material: Músi
ca tocada num aparelho de cd.
Disposição: Em círculo, todos de mãos dadas.
Desenvolvimento: O facilitador solta sua mão esquerda e começa a
caminhar para a esquerda dentro do círculo. Os outros, sempre de mãos
dadas, seguem-no, pouco a pouco formando uma espiral humana, que fica
cada vez mais apertada. Essa espiral chega a um ponto em que todos
estão tão apertados, que não podem continuar mais. Então o facilitador
pode dar a volta e dirigir o grupo para fora, terminando no círculo grande
original. Durante o jogo o grupo pode cantar ou escutar uma canção,
enquanto sente a energia coletiva.
Objetivos:
* Aproximar o grupo;
* Descontrair.

BROWN (1994, p. 71)

4 - Eu Gosto de Você Porque...

Material: Papel e canetas.
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Disposição: Todos sentados em um grande círculo.
Desenvolvimento: O Facilitador pedirá a cada um dos participantes que escrevam seus nomes num pedaço de papel, e, à medida que eles dão voltas no círculo, cada um pensa numa coisa que gosta sobre cada pessoa e escreve aquilo no pedaço de papel, embaixo do nome da pessoa.
Quando todos terminarem, cada um recebe de volta o seu papel e pode conhecer o que o grupo pensa sobre ele.

Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Conhecer o grupo;
* Propiciar a relação interpessoal.
SOLER (2003, p. 77)

5 – Permita Me Conhecer

Material: Vendas para os olhos.

Disposição: Número par de participantes, formando dois círculos
concêntricos (um voltado para o outro).
Desenvolvimento: Girar os círculos em direções opostas, e quando o
facilitador bater palmas, os círculos devem parar, segurar as mãos da
primeira pessoa à sua frente, e ir descobrindo como é esta pessoa.
Com o passar do tempo, o facilitador poderá ir ampliando para trios,
quartetos, etc.

Objetivos:
* Conhecer o grupo;
* Estimular a cooperação;
* Vivenciar uma atividade sem a visão.
SOLER ( 2003, p. 79)

6 – Pessoa pra Pessoa
Material: Nenhum
Disposição: Espaço aberto, compatível com o número de participantes e livres de obstáculos.
Desenvolvimento: Inicia-se incentivando as pessoas a caminhar livre e criativamente pelo ambiente (andar com passo de gigante, de 8 formiguinha, andar como se o chão tivesse pegando fogo, com um tique nervoso, etc.). Depois de alguns poucos minutos, fala-se em voz bem alta, duas partes do corpo ( mão na testa, dedo no nariz, orelha com orelha, cotovelo na barriga, etc.). A este estímulo, todos deverão formar uma dupla e tocar, um no outro, as partes faladas pelo Focalizador, o mais rápido possível! Por exemplo: - “Mão na testa”. Cada pessoa deverá encontrar um par e tocar sua mão na testa do outro e vice-versa. Quando todos estiverem em duplas tocando as partes faladas, o Focalizador reinicia o processo, propondo a caminhada livre e criativa... Após 2 ou 3 dessas combinações o Focalizador pode dizer em voz alta o nome do jogo:
“Pessoa pra pessoa”. Nesse momento, todos – inclusive o Focalizador –
devem formar uma nova dupla e abraçar um ao outro, bem agarradinho
para garantir o encontro.
Objetivos:
* Despertar a atenção e tempo de reação;
* Diminuir a distância entre as pessoas e promover o com-tato;
* Desfazer preconceitos e incentivar a criatividade;
BROTTO (2001,
p.131)

7 – Salve-se Com Um Abraço

Material: Bexigas

Disposição: O facilitador explica que este é um jogo de pega-pega, onde o objetivo é que todos se salvem. O pegador com uma bexiga, tenta tocar o peito de alguém, se conseguir ele passa a bexiga e invertem-se os papéis.
Para não serem pegos, os participantes têm que se abraçar aos pares, encostando o peito um no outro, salvando-se mutuamente. Conforme a dinâmica do grupo, pode se ter mais que um pegador, maior número de bexigas e propor abraços em trios e/ou em grupos maiores.

Objetivos:

* Estimular a cooperação;
* Propiciar a relação interpessoal;
* Permitir uma maior aproximação do grupo.
BROTTO (2003, p. 93)

8 – Confraternização dos Bichinhos

Material: Vendas para os olhos.
Disposição: Todos à vontade, pelo espaço destinado para o grupo. Desenvolvimento: Formamos uma grande roda e numeramos, de 01 à 04, todos os participantes (a quantidade dos números varia de acordo com o tamanho do grupo). Pedimos a um representante de cada número que escolha uma espécie de BICHINHO para caracterizar o seu respectivo grupo. Por exemplo: O representante do número (1) escolhe ser “carneiro”, o representante do número (2), escolhe ser “gato”, o do número (3), “boi” e o do número (4), “pato”. A partir desse momento, todos os números (1) serão “carneiros”, os números (2) serão “gatos”, os números (3) serão “bois” e os números (4), “patos”. O objetivo deste jogo é conseguir reunir todos os BICHINHOS da mesma espécie (gatos com gatos, patos com patos, etc.). Todos são BICHINHOS e devem se expressar de acordo com as características de cada espécie. Após cada “espécie” ter se manifestado o facilitador pede pra que todos coloquem a venda nos olhos e partam imitando sua espécie à procura de seus companheiros e ao se encontrarem abraçam-se até que cada espécie tenha reencontrado todos os seus membros.

Objetivos:

* Reunir grupos;
* Propiciar a relação interpessoal;
* Permitir uma maior aproximação do grupo.
BROTTO (2003, p.103)

JOGOS COOPERATIVOS PARA A RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

Para ZAGURY (1999), não podemos ignorar ou desvincular a história de vida do aluno, de sua família e do meio em que vive. Ele traz de casa, da sociedade um olhar de mundo que não foi aprendido na escola e, às vezes, dependendo de qual seja ele, a escola hesita em aceitar. Porém, um fenômeno interessante ocorre no grupo de alunos. Quando um limite é discutido e decidido entre os alunos e o professor, ele pode ser cobrado em sala de aula e será aceito. Outro sintoma é a instalação de certos hábitos que vão sendo adquiridos pela convivência entre os alunos em classe. Por isso acontece de alunos indisciplinados, em contato com um ambiente calmo e acolhedor, conseguirem com o tempo se relacionar de maneira amigável e aumentar consideravelmente sua produção e seu conhecimento.
Estabelecer limites (disciplina) é uma das funções da escola. Mas a diferença entre serem respeitados ou não está na maneira como são colocados.

Com relação ao professor, RUIZ (1995) destaca que ele precisa acreditar em suas potencialidades, em sua função, preparando-se para ela, utilizando-se dos melhores meios para exercê-las, buscando novas oportunidades, auto-aperfeiçoamento, para melhor compreender a relação teoria e prática e as características fundamentais de seus alunos, entendimento esse que se reverterá em uma ação educacional de
realizações concretas.

O profissional da educação deve ser um bom conhecedor do contexto o qual está inserido, entendendo a problemática, as divergências, no sentido de ser capaz de aceitar não só a si próprio; porém seus alunos com todas as suas limitações; por isso toda posição de equilíbrio, prudência e julgamento coerente se fazem necessários. Para se tomar atitude e posição crítica exige sabedoria que provém de reflexão madura da compreensão, de responsabilidade, inspirada na generosa dedicação ao outro, sem esperar recompensas.

ATIVIDADES
1 – Ajudando Seus Amigos

Material: Saquinhos de areia ou feijão.
Disposição: Cada participante com um saquinho em cima da cabeça mantendo o equilíbrio, todos devem passear pelo espaço destinado para o jogo.

Desenvolvimento: Quando um saquinho cair, a pessoa que não conseguiu equilibrá-lo deve ficar “congelada”. Outra pessoa então deve tentar pegar o saquinho ajudando seu amigo a “descongelar-se” e seguir no jogo. Quando abaixar para pegar o saquinho do amigo, se o seu cair, também estará “congelado”.

Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Aprimorar o equilíbrio.
SOLER ( 2003, p. 112)

2 – Basquetebalde
Material: Bola e dois baldes.
Disposição: Duas equipes com seis ou mais integrantes, cada equipe tem
um representante segurando um balde, que pode correr pela linha lateral (direita e esquerda), sem entrar na quadra.

Desenvolvimento: Os integrantes da equipe devem passar a bola entre si, tentando jogar a bola dentro do balde. O jogador, de posse da bola, pode passá-la ou tentar acertar o balde, porém não pode andar segurando a bola. A outra equipe procura interceptar a bola (sem contato pessoal) e tenta acertar o seu balde. Cada vez que um jogador acerta o balde, converte ponto e deverá jogar um dado. Se cair número ímpar, o ponto vale 1, 3 e 5 pontos a favor... se tirar números pares, o ponto vale 2, 4 e 6 pontos contra a sua equipe.

Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em equipe;
*Desenvolver habilidades motoras, tais como: correr, passar, rebater,
lançar, etc.
SOLER (2003, p.111)

3 – Bola Alternativa
Material: Bolas de praia.

Disposição: Grupos de quatro a seis pessoas, formando pequenos círculos,
olhando para fora. Devem estar unidos e agarrados pelos braços.
Desenvolvimento: O facilitador coloca a bola no chão dentro do círculo e
explica que este deverá tirar a bola sem usar as mãos.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Aprimorar a relação interpessoal.
SOLER (2003, p. 115)

4 – Cada Apito Um Grupo

Material: Nenhum.
Disposição: Todos à vontade, pelo espaço destinado para o grupo.
Desenvolvimento: O facilitador escolhe um participante que será o pegador. O jogo inicia, e as pessoas correm livremente pelo espaço destinado para o jogo. O facilitador apita três vezes, e todos devem formar grupos de três. O pegador neste momento tenta pegar quem ainda não formou grupos. O facilitador apita duas, quatro, seis, oito, etc.

Objetivos:
* Formar grupos;
* Estimular a cooperação;
* Aprimorar a relação interpessoal.
SOLER (2003, p. 112).

5 – Completar a Sentença
Material: Aparelho de som.
Disposição: Todos dançando, ao som da música animada.
Desenvolvimento: Quando a música parar, formar grupos de três pessoas e responder rapidamente uma pergunta feita pelo facilitador (o que vier na cabeça). O facilitador, a cada parada, vai sugerindo novos grupos:
quatro, cinco, seis... Até o grupo todo.

Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Aprimorar o trabalho em grupo;
* Exercitar a rapidez de raciocínio.
SOLER (2003, p. 114)

6 – Formar Grupos

Material: Nenhum.
Disposição: Todos à vontade, pelo espaço destinado para o jogo.
Desenvolvimento: Os participantes andando livremente pelo espaço destinado ao jogo. O facilitador cria alguns critérios para formar novos grupos: cor dos cabelos, número dos sapatos que cada um calça, o mês do aniversário, a comida favorita, a cor dos olhos, o signo, etc.
Conseguiremos vários novos grupos, se percebermos algumas características do grupo.
Objetivos:
* Formar novos grupos;
* Aprimorar a relação interpessoal;
* Estimular a cooperação.
SOLER (2003, p. 113)

7 – Murmurando

Material: Vendas para os olhos.
Disposição: Todos de quatro, murmurando com as vendas nos olhos.
Desenvolvimento: O facilitador deve escolher algumas pessoas para serem os seguranças. O objetivo dos seguranças é evitar que as pessoas batam nas paredes. O jogo começa com o facilitador dando um toque nas costas de alguém que está de quatro, este fica de pé com as pernas abertas (olhos abertos). O objetivo do grupo será achar a pessoa de pé e passar por entre as suas pernas (assim evoluirá). Quem vai passando levanta, abre as pernas e segura na cintura do primeiro. Continuar o jogo até que todos tenham evoluído.

Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Aprimorar a relação interpessoal;
* Vivenciar uma atividade sem utilizar a visão.
SOLER (2003, p. 114)

8 – O Nó Humano
Material: Nenhum.

Disposição: Todos formando um círculo.
Desenvolvimento: O facilitador explica que será formado um nó humano.
Cada participante agarra uma das mãos de duas pessoas, cuidando para
não pegar as mãos das pessoas que estão logo a seu lado, nem as duas
mãos de uma mesma pessoa. Quando todas as mãos estão agarradas,
estará formado o nó humano. É preciso abrir o nó sem soltar as mãos. A
idéia é todos ficarem num círculo, juntados pelas mãos.
Objetivos:
* Estimular a cooperação grupal;
* Propiciar o trabalho em equipe;
* Exercitar a flexibilidade.
BROWN (1994, p.84)

9 – Volençol

Material: Lençóis.
Disposição: Formando pequenos grupos, a princípio em duplas.

Desenvolvimento: Cada um com um pequeno “lençol” (um tecido similar, como uma camiseta ou, um cobertor) e uma bola. O desafio é lançar e recuperar a bola utilizando o “lençol”. Os parceiros podem criar inúmeras formas para dinamizar a atividade: fazer uma cesta; arremessar numa parede; lançar a bola, correr até um ponto e voltar; lançar e rolar no chão e outras tantas. Depois de algum tempo  duplas são incentivadas a interagir umas com as outras, trocando passes de “lençol” para “lençol”.
Pode ser com uma ou duas bolas, simultaneamente. O desafio pode evoluir para um “Volençol” (um jogo de voleibol com lençóis). Colocamos duplas com “lençóis” em cada lado da quadra de voleibol e desenvolvemos o jogo propondo a realização de metas comuns e respeitando o grau de habilidade que os participantes vão, gradualmente, alcançando. O uso de bolas com tamanho e peso variados, “lençóis”
maiores para formação de grandes grupos, entre outros, são elementos
que podem aumentar o grau de motivação e envolvimento no jogo.

Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Aprimorar o trabalho em equipe;
* Desenvolver habilidades motoras, tais como: lançar, andar, correr,
flexionar e estender.
BROTTO (2003,p.107)

JOGOS PLENAMENTE COOPERATIVOS

Segundo SOLER (2003), os Jogos Plenamente Cooperativos são aqueles que necessitam da colaboração de todos os participantes. Onde cada um se torna essencial para alcançar o objetivo proposto pelo jogo.

Não havendo exclusão e nem discriminação, joga-se pelo prazer e capa participante utiliza habilidades e capacidades diferentes.

Para ORLICK (1989, p.123) o objetivo dos jogos cooperativos é criar
oportunidades para o aprendizado cooperativo e a interação cooperativa prazerosa. A simples reunião de pessoas socializadas competitivamente não é suficiente para melhorar a cooperação ou a amizade. Elas devem estar ligadas entre si de maneira “interdependente”. A estrutura da atividade estabelece as condições dessa “interdependência”.

Conforme este autor, temos a alternativa de proporcionar novas
formas de estruturas de “vitória-vitória”, criando jogos sem perdedores
com o objetivo de melhorar essa interação cooperativa. Para o autor(1989, p.116):

Onde novas abordagens ou estruturas foram produzidas, tentamos garantir participação plena nos jogos, assegurar sentimentos de aceitação e prazer, desenvolver valores interpessoais positivos e
promover a cooperação. Tentamos preparar o palco para que as crianças aprendam a valorizar as outras e reconheçam que as vitórias pessoais não dependem necessariamente da derrota das
outras. Tentamos ajudar as crianças a tomar consciência de que os jogos todos os que estão jogando, toda a equipe, toda a classe, são parte integrante do jogo. Introduzimos regras que ajudassem a conseguir isso.

BROTTO (2002, p.27) define a cooperação como “um processo onde
os objetivos são comuns, as ações são compartilhadas e os resultados são
benéficos para todos”.

ATIVIDADES
1 – Dança das Cadeiras Cooperativas

Material: Aparelho de som e cadeiras.
Disposição: Todos em volta das cadeiras, dançando ao som da música.
Desenvolvimento: Quando a música pára, todos devem sentar. Ninguém é eliminado, e quem sai é a cadeira. As pessoas devem sentar sobre os elementos existentes: cadeiras e colos. Cada vez que a música parar, uma cadeira deve ser eliminada. Então. à medida que o número0 de cadeiras diminui, os jogadores são levados a cooperar entre si, para que ninguém fique em pé.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em grupo;
* Aprimorar a relação interpessoal.
SOLER (2003, p. 88)

2 – Futpar

Material: Bola de futsal.
Disposição: Duplas de mãos dadas.
Desenvolvimento: É um jogo de futebol normal. Porém, cada equipe é
formada por duplas (ou trios) que devem permanecer de mãos dadas.

Jogamos sem goleiros e ampliamos ao máximo as dimensões do campo
(ou quadra). Dependendo do número de participantes usamos mais de
uma bola, simultaneamente. A cada gol estimulamos novas parcerias, o
que propicia um constante desafio de “boa convivência”.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Propiciar parcerias;
* Desenvolver habilidades motoras, tais como: correr, driblar, saltar,
desvencilhar-se.
BROTTO (2003, p.121).
3 – Grupo Amarrado
Material: Corda fina, cones (para construir a pista de obstáculos).
Disposição: O grupo formando um círculo, com todos voltados para fora.
Desenvolvimento: O facilitador irá amarrar o grupo, e este terá como
objetivo se deslocar por uma pista de obstáculos.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Desenvolver habilidades motoras, tais como: andar, correr, desviar, etc.
SOLER (2003, p. 92)

4 – Manter o Sonho no Ar

Material: Bexigas.
Disposição: Divididos em grupos de três pessoas.
Desenvolvimento: Depois de encher várias bexigas, o facilitador pedirá
aos participantes que as mantenham fora do chão. O objetivo será manter
o maior número possível de bexigas quando o facilitador iniciar o jogo.
Com o passar do tempo, o facilitador vai aumentando os grupos: seis, oito,
dez, etc.
Objetivos:
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Estimular a cooperação;
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* Desenvolver habilidades motoras como: bater, rebater, andar, saltar,etc.
SOLER (2003, p. 93)

5 – O Bote Salva-Vidas
Material: Folhas de jornais e aparelho de som (cd).

Disposição: Todos à vontade pelo espaço destinado para o jogo, dançando
em volta das folhas de jornais colocadas no solo pelo facilitador.
Desenvolvimento: Todos dançando e cada vez que a música parar, devem
se colocar sobre as folhas de jornais que representam os botes salvavidas.
A cada parada o facilitador retira uma folha de jornal, até que só
reste uma em que todo o grupo terá que inventar uma solução criativa
para abrigar todos.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em grupo;
* Aprimorar a criatividade.
SOLER (2003, p. 91)

6 – Passando pelo Túnel
Material: Nenhum.

Disposição: À vontade pelo espaço destinado para o grupo.
Desenvolvimento: Este é um jogo de pega-pega, em que todas as pessoas devem fugir de um pegador. O facilitador escolherá um pegador e o jogo começa. Aqueles que forem apanhados têm que ficar imóveis, e com as pernas abertas. Os que ainda não foram apanhados podem passar por baixo das pernas de quem está imóvel, e este estará salvo. Cada participante tem dupla missão, fugir e salvar seus parceiros de jogo.
Objetivos:
* Aprimorar a relação interpessoal;
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Desenvolver habilidades motoras, tais como: andar, correr, desviar,
flexionar, etc.
SOLER (2003, p. 91)

7 – Passeio do Bambolê

Material: Vários bambolês.
Disposição: Em círculo e cada jogador se coloca da seguinte forma: passar
o braço direito por debaixo das suas pernas para que o de trás lhe agarre
a mão com a sua mão esquerda, ao mesmo tempo em que dá ao seguinte
sua mão direita, por debaixo de suas pernas.
Desenvolvimento: O facilitador introduzirá um bambolê entre os braços de
duas pessoas. O objetivo final é passar o bambolê por todo o círculo, sem
que os participantes soltem as mãos.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Exercitar a criatividade e imaginação.
SOLER (2003, p. 93)

8 – Pega Corrente

Material: Nenhum.
Disposição: Todos à vontade, pelo espaço destinado para o jogo. O facilitador escolherá um para ser o pegador.
Desenvolvimento: O pegador terá que perseguir os outros participantes.
Quando conseguir, segura a sua mão, procurando pegar outro. Quem vai sendo pego forma uma corrente que, ao chegar a oito integrantes, se divide em dois grupos de quatro pessoas que continuam perseguindo os outros, que ainda não foram pegos. Sempre que a corrente tiver o número de oito integrantes, ela se divide em duas.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Aprimorar a relação interpessoal;
*Desenvolver habilidades motoras, tais como: andar, correr, saltar,
desviar, etc.
SOLER (2003, p. 93)

9 – Pulo Gigante

Material: Cadeiras ( uma para cada participante).
Disposição: Cadeiras colocadas em fileiras.
Desenvolvimento: Cada pessoa deverá sentar-se na sua cadeira, e o
objetivo do jogo será levar as cadeiras até alinha demarcada no solo. O jogo possui algumas regras, tais como: não se podem colocar as mãos nem os pés no solo. Para que o objetivo seja alcançado é necessário que o grupo descubra uma estratégia cooperativa.
Objetivos:
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Aprimorar a relação interpessoal;
* Desenvolver a criatividade.
SOLER (2003, p. 90)

10 – Quebra-Cabeça Cooperativo

Material: Cartolinas, tintas, giz de cera.
Disposição: Todos à vontade, pelo espaço destinado para a atividade.
Desenvolvimento: O facilitador deverá pedir aos componentes do grupo que pintem um grande cartaz , com o tema da paz, que deverá ser bem grande. Depois disso, cortar o cartaz em vários pedaços, de forma a se criar um grande quebra-cabeça. O facilitador deverá misturar bem as peças e pedir que cada um pegue um pedaço. E o objetivo final será reconstruir novamente o cartaz.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Aprimorar a observação.
SOLER (2003, p. 91)

11 – Todos em Cima das Cadeiras

Material: Cadeiras.
Disposição: Cada participante na frente de sua cadeira.
Desenvolvimento: O facilitador coloca uma música e todos os
participantes devem dar voltas ao redor das cadeiras. Quando a música
parar, todos devem subir em cima de alguma cadeira. Quando estiverem sobre as cadeiras, a música reinicia, todos descem e a música retorna. O facilitador retira uma cadeira. Ninguém poderá ficar com os pés no chão.
O jogo segue e a cada parada o facilitador retira uma cadeira. O jogo acaba quando só sobrar uma cadeira, e todos estiverem sobre a mesa.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Aprimorar o trabalho em grupo;
* Desenvolver a criatividade.
SOLER (2003, p. 95)

REFERÊNCIAS
BROTTO, Fábio Otuzi. Jogos cooperativos: Se o importante é competir, o
fundamental é cooperar. 7 ed. Santos: Projeto Cooperação, 2003.
BROTTO, Fábio Otuzi. Jogos cooperativos: O jogo e o esporte como um
exercício de convivência. 2 ed. Santos: Projeto Cooperação, 2001
BROWN, Guilhermo. Jogos Cooperativos: teoria e prática. Trad. Rui Bender.
São Leopoldo, RS: Sinodal, 1994.
ORLICK, Terry. Vencendo a competição. Tradução: Fernando J. G. Martins.
São Paulo: Círculo do Livro, 1978. Tradução de: Winning through
cooperation.(1989).
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de
Educação. Diretrizes Curriculares de Educação Física para os Anos Finais
do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2008.
PIAGET, Jean. A educação da liberdade. Trad. Telma P. Vinha in Piaget:
teoria e prática. Campinas: Tecnicópias, 1996.
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