PREFEITURA
MUNICIPAL DE PARATINGA
SECRETARIA
MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER
PROPOSTAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA
ORALIDADE
Na
EJA, o desenvolvimento da oralidade processa-se com base nos relatos
da vida, em que os educandos, no inicio, geralmente, omitem e/ou não
explicam detalhes dos fatos narrados. Cabe ao alfabetizador auxiliar,
mediando as discussões, fazendo perguntas, apoiando e entusiasmando
para que os alfabetizando possam ampliara seu vocabulário e
desenvolver a capacidade de analise e argumentação pelo
planejamento das respostas e ao emitir opiniões.
O
desenvolvimento da oralidade nesse sentido permite aos
alfabetizandos:
Expor
novos conhecimentos por meios de definições e exemplos
Argumentar
selecionando informações que justifiquem suas opiniões
Apresentar
os resultados de pesquisa em pequenos grupos ou para toda turma.
Importante
também é desenvolver nos alfabetizandos a capacidade de escuta não
Só para o desenvolvimento da atenção sobre o assunto, mas
fundamentalmente como a atitude de respeito ao outro.
O
alfabetizador deve ter em mente que o desenvolvimento da oralidade é
um processo em que o alfabetizando vai paulatinamente ampliando seus
recursos expressivos. Esse é guiado pela intervenção do
alfabetizador e dos colegas à medida que estes pedem
esclarecimentos, questionam e colaboram para a adequação e
entendimento da mensagem.
Segue algumas ações
que têm por finalidade diagnosticar e/ou desenvolver a oralidade dos
alfabetizandos:
Contar
fatos e experiências cotidianas;
Recontar
textos narrativos (contos, noticias de jornais);
Dramatizar
situações reais ou imaginadas, contos, fatos, experiências;
Descrever
lugares, pessoas, objetos e processos.
Recita
ou ler em voz alta textos poéticos breves e trava-línguas
previamente preparados;
Acompanha
leituras feitas em voz alta;
Dar
instruções verbais ou compreende e seguir instruções verbais;
Identificar
lacunas ou falta de clareza em esclarecimentos dados por outrem;
Pedir
esclarecimentos sobre assuntos tratados ou atividades propostas;
Responder
perguntas;
Dar
exemplos;
Definir
conceitos (explicá-los com as próprias palavras);
Posicionar-se
em relação a diferentes temas tratados;
Vale
ressaltar também que no processo de alfabetização, o domínio da
língua não acontece por etapas fragmentadas, separadas, mas numa
perspectiva de continuidade. Não é possível, portanto, separar a
fala da leitura, da escrita e da análise e reflexão sobre a
língua. Portanto, essas práticas de oralidade só farão sentido se
trabalhadas de forma contextualizadas. Cabe ao alfabetizador recorrer
à melhor forma de organizá-las dentro do planejamento e de acordo
com os objetivos a serem perseguidos.
SUGESTÃO
DE ATIVIDADE ORAL: DEBATE ORIENTADO
O
debate é um dos gêneros orais mais valorizados socialmente. É
bastante conhecido na televisão em razão do interesse despertado
pelos debates realizados entre candidatos a cargos políticos em
época de eleição. Mas há também, outras situações em que o
debate é realizado, como escolas, comunidades de bairro, sindicatos
e outros. A participação em debates públicos demonstra que a
pessoa está atenta ao que esta acontecendo a sua volta.
Nessa
atividade, o debate orientado tem por objetivo criar condições para
que o alfabetizando se posicione frente a um acontecimento
vivenciado, lido ou ouvido, utilizando argumentos claros e
convincentes para defender seu ponto de vista.
Para
tanto, sugere-se:
Escolher
com os alfabetizandos um tema, um fato ou acontecimento para ser
debatido:
Da
comunidade
Da
cidade
Da
escola
Do País
Propor o debate, sugerindo questões
para iniciar a discussão como: vocês concordam ou discordam desta
situação? Por quê? Vocês agiriam dessa mesma forma, se estivessem
na mesma situação? Sim ou não? Por quê?
Agrupar os alfabetizandos conforme
suas opiniões frente ao assunto a ser debatido:
Solicitar a cada grupo que prepare
seus questionamentos e argumentações para defender seu ponto de
vista.
Convidar os grupos para a realização
do debate. Durante a discussão, o alfabetizador (professor) deverá:
Explicar
para a classe que o debate é uma criação coletiva e que todos
devem participar;
Dar
oportunidade para a todos os alfabetizandos exporem seu ponto de
vista;
Lançar
questões desafiadoras para propiciar a reflexão e a ampliação do
tema que está sendo debatido;
Solicitar
aos participantes que justifiquem suas opiniões com idéias claras
e convincentes;
Orientar
o desenvolvimento de técnicas de contra-argumentação e persuasão.
A postura do professor será de
mediador do debate acompanhado o desenvolvimento de modo que todos
possam se expressar.
Oficinas pedagógicas no processo de
alfabetização
A oficina pedagógica possibilita a
efetiva interação entre os participantes e propicia o envolvimento
do grupo. Essa pratica permite as construções coletivas mediadas
pelo alfabetizador,
favorecendo a apropriação dos conceitos, bem como atitudes
criticas, criadoras e sistematizadoras do conhecimento na perspectiva
de superar o descompasso entre a teoria e a pratica.
Dessa forma, as oficinas pedagógicas
aqui elencadas devem ser desenvolvidas em sala de aula, com base no
planejamento do professor, dependendo dos objetivos a serem
atingidos. Vale lembrar que se trata apenas de sugestões e caberá
ao alfabetizador ou à equipe pedagógica adequá-las quanto aos
objetivos, interesses, necessidades e realidade local.
Trabalhando com jornal
Escolher com a turma um assunto do
momento: assunto que esteja sendo veiculado pelos jornais locais e
outros, pedir que cada equipe escolha um jornal diferente de outro e
selecionem as reportagens para ler. Após o estudo do material
encontrado, cada equipe apresenta-o, comentando o ponto de vista do
editor e no final organizar uma apresentação para expor o trabalho.
Seguem aqui outras sugestões de
trabalho com jornal:
Organizar um jornal falado ( para
rádio e/ou TV);
Escolher uma noticia lida pelo grupo
e transformar o texto para apresentar como se fosse um dos
apresentadores/locutores de TV/rádio local;
Organizar um mural para receber
diária, semanal ou quinzenalmente uma noticia ou classificados,
observando o tempo de periodicidade das trocas das noticias ou
classificados:
TRABALHANDO COM
EMBALAGENS E RÓTULOS
As
embalagens e os rótulos devem ser utilizados nas atividades de
leitura e escrita no
inicio
do processo de alfabetização. De fácil acesso e manuseio, são
encontrados em grandes
variedades. Além disso, muitos deles já são conhecidos pelos
alfabetizandos. Refletir
Com
a classe que o mesmo produto pode apresentar embalagens diferentes e
que produtos
de diferentes marcas possuem embalagens semelhantes.
Sugestões
de atividades com embalagens, rótulos e produtos conhecidos pelos
alfabetizandos:
Apresentar
aos alfabetizandos várias embalagens de produtos conhecidos;
Refletir
com os alfabetizando sobre os produtos e embalagens que utilizam;
Demonstrar
onde está escrito o nome de cada produto;
Solicitar
que diferenciem as palavras dos números, explicando porque os
números estão
escritos nas embalagens;
Escrever
no quadro de giz uma palavra retirada da embalagem e, ao lado dela,
registrar
várias palavras semelhantes, entre as quais se repete a palavra
selecionada;
Fazer
a leitura das embalagens mostrando cada uma das palavras ou as
palavras que
deseja trabalhar com os alfabetizando;
Comentar
sobre a forma gráfica utilizada nas embalagens ( imagens, cores,
linhas e
tipos de letras);
Analisar
o tipo de informação que as embalagens apresentam ( nome do
produto, marca,
peso, modo de usar, prazo de validade, composição e local de
fabricação);
Solicitar
aos alfabetizandos que destaquem o nome do produto, o peso e o modo
de
usar, fazendo alguns comentários sobre estes itens;
Solicitar
para comparar as palavras e destacar as letras que se repetem;
Comentar
com a classe algumas questões relacionadas com a qualidade de vida:
por
que as pessoas não devem ingerir alimentos com prazo de validade
vencido? A quem
o consumidor deve recorrer quando se sente lesado em seus direitos?
E sobre
a questão ambiental e uso das embalagens.
O
trabalho com o rótulo irá proporcionar ao alfabetizando muitos
conhecimentos sobre o
processo
de leitura e escrita, por isso, deve ser explorado ao máximo.
Referencias
SOEK,
Ana Maria- Mediação pedagógica na alfabetização de jovens e
adultos/Sonia Maria Chaves Haracemiv, Tânia Stoltz-Curitiba: Ed.
Positivo, 2009.