Objetivo: Oportunizar a produção de
textos de diferentes gêneros na sala de aula.
Justificativa:
Os gêneros do discurso são elementos fundamentais no processo de
produção de textos, porque são os responsáveis pelas formas que estes assumem.
Qualquer manifestação verbal organiza-se, inevitavelmente, em algum gênero do
discurso, seja uma conversa de bar, uma tese de doutoramento, seja linguagem
oral ou escrita.
Os gêneros são, portanto, formas
de enunciados produzidas historicamente, que se encontram disponíveis na
cultura, como notícia, reportagem, conto (literário, popular, maravilhoso, de
fadas, de aventuras...), romance, anúncio, receita médica, receita culinária,
tese, monografia, fábula, crônica, cordel, poema, repente, relatório, seminário,
palestra, conferência, verbete, parlenda, adivinha, cantiga, anúncio, panfleto,
sermão, música, entre outros.
Os gêneros se caracterizam pelos
temas que podem veicular, por sua composição e marcas lingüísticas específicas.
Assim, não é qualquer gênero que serve para se dizer qualquer coisa, em qualquer
situação comunicativa.
Se alguém pretender discutir uma
questão polêmica, como a descriminalização das drogas ou a pena de morte,
precisará organizar o seu discurso em um gênero como artigo de opinião, por
exemplo. É o gênero que pressupõe a argumentação a favor ou contra questões
controversas, mediante a apresentação de argumentos que possam sustentar a
posição que se defende e refutar aquelas que forem contrárias àquilo que se
defende.
Por outro lado, se a finalidade
for relatar um fato ocorrido no dia anterior, certamente a notícia deverá ser o
gênero escolhido. Se o que se pretende é orientar alguém na realização de
determinada tarefa, pode-se escrever um manual ou relacionar instruções, por
exemplo. Se a intenção for apresentar algum ensinamento por meio de situações
exemplares, colocando animais como protagonistas para representar determinadas
características humanas, então a fábula é o gênero mais apropriado.
Portanto, saber selecionar o
gênero para organizar um discurso implica conhecer suas características, para
avaliar a sua adequação aos objetivos a que se propõe e ao lugar de circulação,
por exemplo. Quanto mais se sabe sobre esse gênero, maiores são as possibilidades
do discurso ser eficaz.
Dessa forma, a proficiência do
aluno em Língua Portuguesa depende também do conhecimento que ele tem sobre os
gêneros e de sua adequação às diferentes situações comunicativas. Suas
características, portanto, devem ser objeto de ensino e tema das atividades que
se organizar.
OBJETIVOS:
• Aperfeiçoar o desempenho
linguístico do aluno tanto em sua modalidade escrita como oral:
• Desenvolver estrutura lógica do
raciocínio, despertando e aguçando a sensibilidade, estimulando o ato criador;
• Incentivar a expressão oral do
aluno, valorizando-o independentemente da variante linguística em que o mesmo
se manifestou;
• Ler para entender o mundo
através dos olhos dos autores (alunos) e da vivência dos personagens,
adquirindo, também vocabulário e maneira adequada para expressar;
• Vivenciar as produções e
leituras trabalhadas em sala de aula;
• Reestruturar a produção de
texto, valorizando o texto como um todo, tendo princípio, meio e fim;
• Estabelecer uma efetiva relação
da Língua Portuguesa com as demais matérias do currículo;
• Interpretar, dramatizar sempre
que necessário;
• Proporcionar um ambiente onde
os alunos irão querer escrever e aprender sobre o processo de escrever,
cercando-o com material interessante e variado (livros, revistas, anúncios,
músicas anedotas, cartum, tirinhas ou histórias em quadrinho, etc).
Público Alvo:
As atividades podem ser adaptadas para qualquer série.
Desenvolvimento:
As atividades deverão ser
selecionadas conforme as necessidades de cada turma e série.
1 -VINCULAÇÃO DA
LINGUAGEM ORAL À ESCRITA
Para permitir uma reflexão sobre
a diferença entre a fala e a escrita, o professor pode pedir que um aluno conte
(oralmente) uma notícia, para gravá-la e depois transcrevê-la no quadro,
exatamente do modo como o aluno falou. Em seguida, professor e alunos fazem uma
reflexão sobre o que precisa ser mudado para que o texto adquira uma forma
escrita convencional, que a torne compreensível. O professor deverá ler os
textos em voz alta e fazer comentários sobre vários aspectos:
* como as palavras foram
pronunciadas;
* como são escritas;
* como colocar parágrafos e ponto
final;
* qual é o começo, meio e fim;
* como são as personagens;
* como melhorar a redação do
texto, trocando palavras e melhorando a
pontuação.
2 –REESTRUTURAÇÃO
A reestruturação do texto é um
trabalho coletivo, que envolve a classe toda ou um grupo de alunos. Consiste em
“retocar aqui e ali” um texto ainda não codificado e com problemas de
codificação e pontuação. Sob orientação do professor, o grupo discute uma proposta
de reestruturação, que não significa mudar o conteúdo nem mudar palavras e
expressões, mas apenas a forma. Modifica-se o vocabulário e a estrutura frasal
o suficiente para tornar o conteúdo mais claro e coerente. O trabalho central é
a pontuação e a paragrafação. Pede-se para que o aluno observe o mesmo texto
antes e depois da reestruturação.
3- PRODUÇÃO ESCRITA :
•
Organize um jornal mural em que se elaborem comentários críticos sobre
as principais polêmicas do mês. Trabalhe o gênero notícias (produzidas
individualmente ou por equipe).
•
Orientar a produção resenhas
críticas das obras lidas ou observadas (imagem).
4 - TEXTO COLETIVO:
Esta atividade consiste em criar um texto com a participação de todas os alunos, a
partir de um tema gerador.
O grupo elegerá um componente
que irá mediar a fala dos demais e será
o redator do texto. Este escreverá o texto no papel e “negociando” suas interferências organizando
quanto à composição geral do texto.
Depois de pronto, o texto é
escrito numa folha de papel pardo ou cartolina e fixado na parede, tornando-se
referencial para outras atividades. Ou pode-se apenas fazer a leitura oral para
a turma.
5 - COLE NA SEQUÊNCIA
CORRETA:
A atividade consiste em o
professor recortar um texto em parágrafos e depois pedir a turma, dividida em
equipes, para colocá-lo na seqüência correta. O professor pode também
acrescentar um parágrafo de outro texto, para que os alunos o identifiquem como
não pertencente ao texto.
6 – OFICINA DE POEMAS:
Traga para a sala de aula vários
poemas. Procure diversificar autores, estilos e temas. Faça um mural com eles
ou afixe-os no quadro. Solicite aos alunos que escolham uma das poesias do
mural. Após uma leitura, peça para representarem em uma folha, com linhas,
traços e cores, o que sentiram ao ler a poesia.
Cada aluno pode mostrar seu
desenho para a classe, e você, professor, pode conversar com o grupo, mostrando
a variedade dos sentimentos, que não tem certo ou errado, apenas sentimentos
diferentes, pois somos diferentes. E no nosso dia-a-dia, quais os sentimentos
que aparecem? Raiva, medo, alegria, desânimo, esperança, amor... Quando
sentimos cada um deles?
Faça junto com seus alunos uma
lista dos sentimentos que apareceram na conversa, escrevendo-os no quadro. Cada
aluno deve escolher o sentimento com que mais se identifica no momento. Peça,
então, para fecharem os olhos e pensarem em palavras soltas que se relacionem
com esse sentimento.
Após alguns minutos, cada um vai
escrever as palavras em que pensou, o que sentiu. Os alunos devem agora se
juntar em pequenos grupos, de acordo com o sentimento que escolheram. A idéia é
tentar criar um poema a partir do sentimento, afinal já podemos nos arriscar a
produzir poesia. As palavras escritas de cada um podem ajudar a compor o poema
do pequeno grupo. Peça que releiam o que escreveram. Dá para intensificar a
sonoridade? Solicite a eles que pensem em uma forma de apresentar os poemas
criados. ( Apresentação das declamações. )
7 – HISTÓRIA NA CAIXA.
Tire uma cópia de xérox de um
texto narrativo, um conto de preferência.
Recorte-o em pequenos trechos e
coloque-os em uma caixa;
Divida os alunos em grupos e
deixe que os alunos retirem um papelzinho com um trecho.
O grupo deverá ler o trecho e
discutir o que pode ter ocorrido antes e depois daquele trecho;
O professor deverá perguntar aos
grupos:
- Qual grupo está com o trecho
inicial do conto? Como chegaram a esta conclusão? O alunos deverão levar o
trecho e pregar no quadro. Um aluno fará a leitura do trecho. O professor
perguntará ao grupo, qual será o próximo trecho? Continuar pedindo que os
grupos leiam e vão encaixando os trechos até chegar ao final respeitando a
estrutura específica do conto.
AVALIAÇÃO:
Professor, avalie se durante
as etapas de produção dessa proposta todos os alunos estiveram envolvidos e
comprometidos. Avalie quanto à produção textual escrita, tanto individual
quanto em grupo, observe se os textos criados ficaram bem estruturados, se
foram escritos com clareza, coesão e coerência. A maneira de atribuir a nota
fica a seu critério. ( Dentro da porcentagem dos 40%). Por fim, permita que os
alunos se avaliem sua própria participação e falem sobre o seu nível de
satisfação em relação à forma como o conteúdo foi trabalhado.
A avaliação formativa visa
avaliar não apenas o resultado final, mas todo o processo. Sendo assim, estas
atividades desenvolvidas em sala de aula podem ser avaliadas através do olhar
atento do professor, conforme os objetivos de cada série.
OBS: Este material é mais um modelo oferecido pelos coordenadores da SME com a finalidade de inspirar novos projetos.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirótimas sugestões!
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