UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS
EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL
JOELMA MARIA UHLIG
MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO
UNIDADE DIDÁTICA
VENCENDO A INDISCIPLINA POR MEIO
DOS JOGOS COOPERATIVOS
CURITIBA 2008
JOELMA MARIA UHLIG
MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO
UNIDADE DIDÁTICA
VENCENDO A INDISCIPLINA POR MEIO
DOS JOGOS COOPERATIVOS
Material didático pedagógico
apresentado como requisito parcial
à obtenção de título Professor
PDE,
ao Programa de Desenvolvimento
Educacional, Secretaria de Estado
da Educação. Universidade Federal
do Paraná.
Carlos dos Santos
CURITIBA 2008
INTRODUÇÃO
Atualmente a indisciplina
tornou-se um “obstáculo” ao trabalho pedagógico e os professores ficam
desgastados, tentam várias alternativas, e já não sabendo o que fazer, chegam
mesmo em algumas oportunidades a pedir ao aluno indisciplinado que se retire da
sala já que ele atrapalha o rendimento do restante do grupo.
Nesses casos, os alunos são
encaminhados à Equipe Pedagógica, onde muitas vezes há pressões por parte dos
professores para que sejam aplicadas punições severas a esses estudantes.
Como agir nessa situação?
De que forma a Educação Física
pode ajudar?
Os adolescentes e jovens estão
perdendo a noção de seus limites, dos valores humanos e a conseqüência disto é
o que enfrentamos dentro da escola e fora dela, na sociedade.
O aluno passa a imaginar que na
escola pode, assim como em casa, “fazer o que bem entender”, entrando em
conflito com o próximo, se autodestruindo.
Uma das funções da escola é
estabelecer limites e proporcionar uma educação plena com vistas ao desabrochar
de virtudes e valores aos seus alunos. Um lugar privilegiado para que aconteça
uma educação adaptada às exigências do nosso tempo.
A Educação Física, sendo um dos
componentes curriculares da escola, tem como função educar para compreender e
transformar a realidade que nos cerca, a partir de sua especificidade que é a
cultura do movimento humano. Sendo este, carregado de elementos históricos,
éticos, técnicos, políticos, filosóficos, étnicos que devem ser estudados e
praticados na escola.
Se o objetivo da escola é atender
à educação global do aluno, a Educação Física, como seu componente curricular
precisa também dar a sua contribuição para que o aluno possa conhecer,
escolher, vivenciar, transformar, planejar e ser capaz de vivenciar os valores
associados à boa convivência em sociedade.
JUSTIFICATIVA
O Programa de Desenvolvimento
Educacional - PDE prevê em sua proposta, a construção de material didático
pelos seus participantes, de forma colaborativa com os grupos de professores da
rede, sobre questões que visem a melhoria da qualidade de ensino.
Desta forma, após levantarmos as
principais necessidades da prática pedagógica dos professores, percebeu-se a
escassez de materiais disponíveis, na busca de estratégias que venham minimizar
o problema da indisciplina escolar.
Objetivando auxiliar o professor
de forma criativa e prática, elaborouse esta unidade didática constituída de
atividades vivenciais formativas e informativas, baseado em autores da área.
Este material não tem a pretensão
de ser um receituário, podendo cada atividade ser adaptada, transformada e
melhorada de acordo com cada realidade.
OBJETIVOS
* Pretende-se com este material
dar subsídios ao trabalho dos professores de Educação Física no que se refere
aos Jogos Cooperativos, destacando a importância do mesmo para a diminuição dos
casos de indisciplina na
escola;
* Organizar um material
acessível, tendo como suporte sugestões de jogos
elaborados por autores renomados;
* Incentivar outras pessoas a
investir nos Jogos Cooperativos como uma
pedagogia viável;
4
*Apresentar sugestões de
atividades que desenvolvam principalmente a
cooperação, a estima e o
respeito;
* Também pretende-se buscar
melhores resultados no que se refere ao comportamento dos alunos, através da
realização das atividades propostas neste caderno e trabalhadas pelos
professores da Rede Estadual, visando assim a melhoria de estratégias na
relação professor aluno e aluno-aluno.
O que se faz necessário
esclarecer...
Segundo ORLICK (1989 p 104):
Jogos de aceitação devem
substituir os jogos de rejeição. Se fizermos com que cada criança se sinta
aceita e dermos a cada uma um papel significativo a desempenhar no ambiente de atividades,
estaremos bem adiantados em nosso caminho para a solução da maioria dos sérios
problemas psico-sociais que atualmente permeiam os jogos e os esportes. Essa é
uma das razões porque é tão importante criar jogos e ambientes de aprendizado
onde ninguém se sinta um perdedor.
Para Soler (2003) existem vários
tipos de jogos que podem ser bem
utilizados quanto ao objetivo
almejado, são eles:
·
Jogos cooperativos para apresentação;
·
Jogos cooperativos para aproximação;
·
Jogos cooperativos para afirmação;
·
Jogos cooperativos para ligação;
·
Jogos plenamente cooperativos;
·
Jogos cooperativos para descontrair;
·
Jogos cooperativos de confiança;
·
Jogos cooperativos para resolução de conflitos;
·
Jogos cooperativos utilizando pára-quedas.
É importante destacar que neste
material procuraremos organizar algumas atividades elaboradas por autores de
renome, que contribuam para minimizar o problema da indisciplina na sala de
aula, buscando para isso a contribuição dos jogos que visem resolver conflitos
e aproximar os alunos.
JOGOS COOPERATIVOS PARA
APROXIMAÇÃO
Como o próprio nome sugere, estes
jogos têm como principal objetivo aproximar os participantes. Numa classe
indisciplinada, onde ninguém ouve ninguém, ninguém respeita o próximo não
poderá haver aprendizagem, as pessoas que não se aproximam das outras não vêem sentido
em respeitá-las.
Para PIAGET (1996), o respeito
constitui o sentimento fundamental que possibilita a aquisição das noções
morais. Conseguimos atingir a responsabilidade, desenvolvendo a cooperação, a
solidariedade, o comprometimento com o grupo, criando contratos e regras claras
e que precisarão ser cumpridas com justiça.
ATIVIDADES
1 – A Galinha Cega
Material: Venda para os olhos.
Disposição: Todos em círculo
dando as mãos, menos um, que representará
a galinha cega.
Desenvolvimento: No centro do
círculo se colocará um participante
vendado: a galinha cega. Depois
de dar três voltas sobre si mesma, se
dirigirá a qualquer pessoa do círculo
e apalpará seu rosto para tentar
reconhece-la. Se conseguir, troca
de lugar com ela.
Objetivos:
* Percepção tátil;
* Percepção dos outros;
* Vivenciar uma atividade sem
utilizar a visão.
6 SOLER
(2003, p. 78)
2 – A Ordem das Idades
Material: Nenhum.
Disposição: Todos em fila.
Desenvolvimento: O compromisso é
não falar mentiras durante o jogo e só
se podem usar gestos. O objetivo
do grupo é ordenar por data de
nascimento, da maior para a
menor, porém, sem falar. Ganhará o grupo
quando estiver todo em ordem. Aí
sim, pode se falar.
Objetivos:
* Conhecer o grupo;
* Estimular a cooperação;
* Realizar uma atividade sem
falar, aprendendo a observar.
SOLER ( 2003, p.78)
3 – Espiral
Material: Músi
ca tocada num aparelho de cd.
Disposição: Em círculo, todos de
mãos dadas.
Desenvolvimento: O facilitador
solta sua mão esquerda e começa a
caminhar para a esquerda dentro
do círculo. Os outros, sempre de mãos
dadas, seguem-no, pouco a pouco
formando uma espiral humana, que fica
cada vez mais apertada. Essa
espiral chega a um ponto em que todos
estão tão apertados, que não
podem continuar mais. Então o facilitador
pode dar a volta e dirigir o
grupo para fora, terminando no círculo grande
original. Durante o jogo o grupo
pode cantar ou escutar uma canção,
enquanto sente a energia
coletiva.
Objetivos:
* Aproximar o grupo;
* Descontrair.
BROWN (1994, p. 71)
4 - Eu Gosto de Você Porque...
Material: Papel e canetas.
7
Disposição: Todos sentados em um
grande círculo.
Desenvolvimento: O Facilitador
pedirá a cada um dos participantes que escrevam seus nomes num pedaço de papel,
e, à medida que eles dão voltas no círculo, cada um pensa numa coisa que gosta
sobre cada pessoa e escreve aquilo no pedaço de papel, embaixo do nome da
pessoa.
Quando todos terminarem, cada um
recebe de volta o seu papel e pode conhecer o que o grupo pensa sobre ele.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Conhecer o grupo;
* Propiciar a relação
interpessoal.
SOLER (2003, p. 77)
5 – Permita Me Conhecer
Material: Vendas para os olhos.
Disposição: Número par de
participantes, formando dois círculos
concêntricos (um voltado para o
outro).
Desenvolvimento: Girar os
círculos em direções opostas, e quando o
facilitador bater palmas, os
círculos devem parar, segurar as mãos da
primeira pessoa à sua frente, e
ir descobrindo como é esta pessoa.
Com o passar do tempo, o
facilitador poderá ir ampliando para trios,
quartetos, etc.
Objetivos:
* Conhecer o grupo;
* Estimular a cooperação;
* Vivenciar uma atividade sem a
visão.
SOLER ( 2003, p. 79)
6 – Pessoa pra Pessoa
Material: Nenhum
Disposição: Espaço aberto,
compatível com o número de participantes e livres de obstáculos.
Desenvolvimento: Inicia-se
incentivando as pessoas a caminhar livre e criativamente pelo ambiente (andar
com passo de gigante, de 8 formiguinha,
andar como se o chão tivesse pegando fogo, com um tique nervoso, etc.). Depois
de alguns poucos minutos, fala-se em voz bem alta, duas partes do corpo ( mão
na testa, dedo no nariz, orelha com orelha, cotovelo na barriga, etc.). A este
estímulo, todos deverão formar uma dupla e tocar, um no outro, as partes
faladas pelo Focalizador, o mais rápido possível! Por exemplo: - “Mão na
testa”. Cada pessoa deverá encontrar um par e tocar sua mão na testa do outro e
vice-versa. Quando todos estiverem em duplas tocando as partes faladas, o
Focalizador reinicia o processo, propondo a caminhada livre e criativa... Após
2 ou 3 dessas combinações o Focalizador pode dizer em voz alta o nome do jogo:
“Pessoa pra pessoa”. Nesse
momento, todos – inclusive o Focalizador –
devem formar uma nova dupla e
abraçar um ao outro, bem agarradinho
para garantir o encontro.
Objetivos:
* Despertar a atenção e tempo de
reação;
* Diminuir a distância entre as
pessoas e promover o com-tato;
* Desfazer preconceitos e
incentivar a criatividade;
BROTTO (2001,
p.131)
7 – Salve-se Com Um Abraço
Material: Bexigas
Disposição: O facilitador explica
que este é um jogo de pega-pega, onde o objetivo é que todos se salvem. O
pegador com uma bexiga, tenta tocar o peito de alguém, se conseguir ele passa a
bexiga e invertem-se os papéis.
Para não serem pegos, os
participantes têm que se abraçar aos pares, encostando o peito um no outro,
salvando-se mutuamente. Conforme a dinâmica do grupo, pode se ter mais que um
pegador, maior número de bexigas e propor abraços em trios e/ou em grupos
maiores.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Propiciar a relação
interpessoal;
* Permitir uma maior aproximação
do grupo.
BROTTO (2003, p. 93)
8 – Confraternização dos Bichinhos
Material: Vendas para os olhos.
Disposição: Todos à vontade, pelo
espaço destinado para o grupo. Desenvolvimento: Formamos uma grande roda e
numeramos, de 01 à 04, todos os participantes (a quantidade dos números varia
de acordo com o tamanho do grupo). Pedimos a um representante de cada número
que escolha uma espécie de BICHINHO para caracterizar o seu respectivo grupo.
Por exemplo: O representante do número (1) escolhe ser “carneiro”, o representante
do número (2), escolhe ser “gato”, o do número (3), “boi” e o do número (4),
“pato”. A partir desse momento, todos os números (1) serão “carneiros”, os
números (2) serão “gatos”, os números (3) serão “bois” e os números (4),
“patos”. O objetivo deste jogo é conseguir reunir todos os BICHINHOS da mesma
espécie (gatos com gatos, patos com patos, etc.). Todos são BICHINHOS e devem
se expressar de acordo com as características de cada espécie. Após cada
“espécie” ter se manifestado o facilitador pede pra que todos coloquem a venda
nos olhos e partam imitando sua espécie à procura de seus companheiros e ao se
encontrarem abraçam-se até que cada espécie tenha reencontrado todos os seus
membros.
Objetivos:
* Reunir grupos;
* Propiciar a relação
interpessoal;
* Permitir uma maior aproximação
do grupo.
BROTTO (2003, p.103)
JOGOS COOPERATIVOS PARA A
RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
Para ZAGURY (1999), não podemos
ignorar ou desvincular a história de vida do aluno, de sua família e do meio em
que vive. Ele traz de casa, da sociedade um olhar de mundo que não foi
aprendido na escola e, às vezes, dependendo de qual seja ele, a escola hesita
em aceitar. Porém, um fenômeno interessante ocorre no grupo de alunos. Quando
um limite é discutido e decidido entre os alunos e o professor, ele pode ser
cobrado em sala de aula e será aceito. Outro sintoma é a instalação de certos hábitos
que vão sendo adquiridos pela convivência entre os alunos em classe. Por isso
acontece de alunos indisciplinados, em contato com um ambiente calmo e
acolhedor, conseguirem com o tempo se relacionar de maneira amigável e aumentar
consideravelmente sua produção e seu conhecimento.
Estabelecer limites (disciplina)
é uma das funções da escola. Mas a diferença entre serem respeitados ou não
está na maneira como são colocados.
Com relação ao professor, RUIZ
(1995) destaca que ele precisa acreditar em suas potencialidades, em sua
função, preparando-se para ela, utilizando-se dos melhores meios para
exercê-las, buscando novas oportunidades, auto-aperfeiçoamento, para melhor
compreender a relação teoria e prática e as características fundamentais de seus
alunos, entendimento esse que se reverterá em uma ação educacional de
realizações concretas.
O profissional da educação deve
ser um bom conhecedor do contexto o qual está inserido, entendendo a
problemática, as divergências, no sentido de ser capaz de aceitar não só a si
próprio; porém seus alunos com todas as suas limitações; por isso toda posição
de equilíbrio, prudência e julgamento coerente se fazem necessários. Para se
tomar atitude e posição crítica exige sabedoria que provém de reflexão madura da
compreensão, de responsabilidade, inspirada na generosa dedicação ao outro, sem
esperar recompensas.
ATIVIDADES
1 – Ajudando Seus Amigos
Material: Saquinhos de areia ou
feijão.
Disposição: Cada participante com
um saquinho em cima da cabeça mantendo o equilíbrio, todos devem passear pelo
espaço destinado para o jogo.
Desenvolvimento: Quando um
saquinho cair, a pessoa que não conseguiu equilibrá-lo deve ficar “congelada”.
Outra pessoa então deve tentar pegar o saquinho ajudando seu amigo a
“descongelar-se” e seguir no jogo. Quando abaixar para pegar o saquinho do
amigo, se o seu cair, também estará “congelado”.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Aprimorar o equilíbrio.
SOLER ( 2003, p. 112)
2 – Basquetebalde
Material: Bola e dois baldes.
Disposição: Duas equipes com seis
ou mais integrantes, cada equipe tem
um representante segurando um
balde, que pode correr pela linha lateral (direita e esquerda), sem entrar na
quadra.
Desenvolvimento: Os integrantes
da equipe devem passar a bola entre si, tentando jogar a bola dentro do balde.
O jogador, de posse da bola, pode passá-la ou tentar acertar o balde, porém não
pode andar segurando a bola. A outra equipe procura interceptar a bola (sem
contato pessoal) e tenta acertar o seu balde. Cada vez que um jogador acerta o
balde, converte ponto e deverá jogar um dado. Se cair número ímpar, o ponto vale
1, 3 e 5 pontos a favor... se tirar números pares, o ponto vale 2, 4 e 6 pontos
contra a sua equipe.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em equipe;
*Desenvolver habilidades motoras,
tais como: correr, passar, rebater,
lançar, etc.
SOLER (2003, p.111)
3 – Bola Alternativa
Material: Bolas de praia.
Disposição: Grupos de quatro a
seis pessoas, formando pequenos círculos,
olhando para fora. Devem estar
unidos e agarrados pelos braços.
Desenvolvimento: O facilitador
coloca a bola no chão dentro do círculo e
explica que este deverá tirar a
bola sem usar as mãos.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Aprimorar a relação
interpessoal.
SOLER (2003, p. 115)
4 – Cada Apito Um Grupo
Material: Nenhum.
Disposição: Todos à vontade, pelo
espaço destinado para o grupo.
Desenvolvimento: O facilitador
escolhe um participante que será o pegador. O jogo inicia, e as pessoas correm
livremente pelo espaço destinado para o jogo. O facilitador apita três vezes, e
todos devem formar grupos de três. O pegador neste momento tenta pegar quem
ainda não formou grupos. O facilitador apita duas, quatro, seis, oito, etc.
Objetivos:
* Formar grupos;
* Estimular a cooperação;
* Aprimorar a relação
interpessoal.
SOLER (2003, p. 112).
5 – Completar a Sentença
Material: Aparelho de som.
Disposição: Todos dançando, ao
som da música animada.
Desenvolvimento: Quando a música
parar, formar grupos de três pessoas e responder rapidamente uma pergunta feita
pelo facilitador (o que vier na cabeça). O facilitador, a cada parada, vai
sugerindo novos grupos:
quatro, cinco, seis... Até o
grupo todo.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Aprimorar o trabalho em grupo;
* Exercitar a rapidez de
raciocínio.
SOLER (2003, p. 114)
6 – Formar Grupos
Material: Nenhum.
Disposição: Todos à vontade, pelo
espaço destinado para o jogo.
Desenvolvimento: Os participantes
andando livremente pelo espaço destinado ao jogo. O facilitador cria alguns
critérios para formar novos grupos: cor dos cabelos, número dos sapatos que
cada um calça, o mês do aniversário, a comida favorita, a cor dos olhos, o
signo, etc.
Conseguiremos vários novos grupos,
se percebermos algumas características do grupo.
Objetivos:
* Formar novos grupos;
* Aprimorar a relação
interpessoal;
* Estimular a cooperação.
SOLER (2003, p. 113)
7 – Murmurando
Material: Vendas para os olhos.
Disposição: Todos de quatro,
murmurando com as vendas nos olhos.
Desenvolvimento: O facilitador
deve escolher algumas pessoas para serem os seguranças. O objetivo dos
seguranças é evitar que as pessoas batam nas paredes. O jogo começa com o
facilitador dando um toque nas costas de alguém que está de quatro, este fica
de pé com as pernas abertas (olhos abertos). O objetivo do grupo será achar a
pessoa de pé e passar por entre as suas pernas (assim evoluirá). Quem vai
passando levanta, abre as pernas e segura na cintura do primeiro. Continuar o jogo
até que todos tenham evoluído.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Aprimorar a relação
interpessoal;
* Vivenciar uma atividade sem
utilizar a visão.
SOLER (2003, p. 114)
8 – O Nó Humano
Material: Nenhum.
Disposição: Todos formando um
círculo.
Desenvolvimento: O facilitador
explica que será formado um nó humano.
Cada participante agarra uma das
mãos de duas pessoas, cuidando para
não pegar as mãos das pessoas que
estão logo a seu lado, nem as duas
mãos de uma mesma pessoa. Quando
todas as mãos estão agarradas,
estará formado o nó humano. É
preciso abrir o nó sem soltar as mãos. A
idéia é todos ficarem num
círculo, juntados pelas mãos.
Objetivos:
* Estimular a cooperação grupal;
* Propiciar o trabalho em equipe;
* Exercitar a flexibilidade.
BROWN (1994, p.84)
9 – Volençol
Material: Lençóis.
Disposição: Formando pequenos
grupos, a princípio em duplas.
Desenvolvimento: Cada um com um
pequeno “lençol” (um tecido similar, como uma camiseta ou, um cobertor) e uma
bola. O desafio é lançar e recuperar a bola utilizando o “lençol”. Os parceiros
podem criar inúmeras formas para dinamizar a atividade: fazer uma cesta;
arremessar numa parede; lançar a bola, correr até um ponto e voltar; lançar e
rolar no chão e outras tantas. Depois de algum tempo duplas são incentivadas a
interagir umas com as outras, trocando passes de
“lençol” para “lençol”.
Pode ser com uma ou duas bolas,
simultaneamente. O desafio pode evoluir para um “Volençol” (um jogo de voleibol
com lençóis). Colocamos duplas com “lençóis” em cada lado da quadra de voleibol
e desenvolvemos o jogo propondo a realização de metas comuns e respeitando o
grau de habilidade que os participantes vão, gradualmente, alcançando. O uso de
bolas com tamanho e peso variados, “lençóis”
maiores para formação de grandes
grupos, entre outros, são elementos
que podem aumentar o grau de
motivação e envolvimento no jogo.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Aprimorar o trabalho em equipe;
* Desenvolver habilidades
motoras, tais como: lançar, andar, correr,
flexionar e estender.
BROTTO (2003,p.107)
JOGOS PLENAMENTE COOPERATIVOS
Segundo SOLER (2003), os Jogos
Plenamente Cooperativos são aqueles que necessitam da colaboração de todos os
participantes. Onde cada um se torna essencial para alcançar o objetivo
proposto pelo jogo.
Não havendo exclusão e nem
discriminação, joga-se pelo prazer e capa participante utiliza habilidades e
capacidades diferentes.
Para ORLICK (1989, p.123) o
objetivo dos jogos cooperativos é criar
oportunidades para o aprendizado
cooperativo e a interação cooperativa prazerosa. A simples reunião de pessoas
socializadas competitivamente não é suficiente para melhorar a cooperação ou a
amizade. Elas devem estar ligadas entre si de maneira “interdependente”. A
estrutura da atividade estabelece as condições dessa “interdependência”.
Conforme este autor, temos a
alternativa de proporcionar novas
formas de estruturas de
“vitória-vitória”, criando jogos sem perdedores
com o objetivo de melhorar essa
interação cooperativa. Para o autor(1989, p.116):
Onde novas abordagens ou
estruturas foram produzidas, tentamos garantir participação plena nos jogos,
assegurar sentimentos de aceitação e prazer, desenvolver valores interpessoais
positivos e
promover a cooperação. Tentamos
preparar o palco para que as crianças aprendam a valorizar as outras e
reconheçam que as vitórias pessoais não dependem necessariamente da derrota das
outras. Tentamos ajudar as
crianças a tomar consciência de que os jogos todos os que estão jogando, toda a
equipe, toda a classe, são parte integrante do jogo. Introduzimos regras que
ajudassem a conseguir isso.
BROTTO (2002, p.27) define a
cooperação como “um processo onde
os objetivos são comuns, as ações
são compartilhadas e os resultados são
benéficos para todos”.
ATIVIDADES
1 – Dança das Cadeiras
Cooperativas
Material: Aparelho de som e
cadeiras.
Disposição: Todos em volta das
cadeiras, dançando ao som da música.
Desenvolvimento: Quando a música
pára, todos devem sentar. Ninguém é eliminado, e quem sai é a cadeira. As
pessoas devem sentar sobre os elementos existentes: cadeiras e colos. Cada vez
que a música parar, uma cadeira deve ser eliminada. Então. à medida que o
número0 de cadeiras diminui, os jogadores são levados a cooperar entre si, para
que ninguém fique em pé.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em grupo;
* Aprimorar a relação
interpessoal.
SOLER (2003, p. 88)
2 – Futpar
Material: Bola de futsal.
Disposição: Duplas de mãos dadas.
Desenvolvimento: É um jogo de
futebol normal. Porém, cada equipe é
formada por duplas (ou trios) que
devem permanecer de mãos dadas.
Jogamos sem goleiros e ampliamos
ao máximo as dimensões do campo
(ou quadra). Dependendo do número
de participantes usamos mais de
uma bola, simultaneamente. A cada
gol estimulamos novas parcerias, o
que propicia um constante desafio
de “boa convivência”.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Propiciar parcerias;
* Desenvolver habilidades
motoras, tais como: correr, driblar, saltar,
desvencilhar-se.
BROTTO (2003, p.121).
3 – Grupo Amarrado
Material: Corda fina, cones (para
construir a pista de obstáculos).
Disposição: O grupo formando um
círculo, com todos voltados para fora.
Desenvolvimento: O facilitador
irá amarrar o grupo, e este terá como
objetivo se deslocar por uma
pista de obstáculos.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Desenvolver habilidades
motoras, tais como: andar, correr, desviar, etc.
SOLER (2003, p. 92)
4 – Manter o Sonho no Ar
Material: Bexigas.
Disposição: Divididos em grupos
de três pessoas.
Desenvolvimento: Depois de encher
várias bexigas, o facilitador pedirá
aos participantes que as
mantenham fora do chão. O objetivo será manter
o maior número possível de
bexigas quando o facilitador iniciar o jogo.
Com o passar do tempo, o
facilitador vai aumentando os grupos: seis, oito,
dez, etc.
Objetivos:
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Estimular a cooperação;
18
* Desenvolver habilidades motoras
como: bater, rebater, andar, saltar,etc.
SOLER (2003, p. 93)
5 – O Bote Salva-Vidas
Material: Folhas de jornais e
aparelho de som (cd).
Disposição: Todos à vontade pelo
espaço destinado para o jogo, dançando
em volta das folhas de jornais
colocadas no solo pelo facilitador.
Desenvolvimento: Todos dançando e
cada vez que a música parar, devem
se colocar sobre as folhas de
jornais que representam os botes salvavidas.
A cada parada o facilitador
retira uma folha de jornal, até que só
reste uma em que todo o grupo
terá que inventar uma solução criativa
para abrigar todos.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em grupo;
* Aprimorar a criatividade.
SOLER (2003, p. 91)
6 – Passando pelo Túnel
Material: Nenhum.
Disposição: À vontade pelo espaço
destinado para o grupo.
Desenvolvimento: Este é um jogo
de pega-pega, em que todas as pessoas devem fugir de um pegador. O facilitador
escolherá um pegador e o jogo começa. Aqueles que forem apanhados têm que ficar
imóveis, e com as pernas abertas. Os que ainda não foram apanhados podem passar
por baixo das pernas de quem está imóvel, e este estará salvo. Cada participante
tem dupla missão, fugir e salvar seus parceiros de jogo.
Objetivos:
* Aprimorar a relação
interpessoal;
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Desenvolver habilidades
motoras, tais como: andar, correr, desviar,
flexionar, etc.
SOLER (2003, p. 91)
7 – Passeio do Bambolê
Material: Vários bambolês.
Disposição: Em círculo e cada
jogador se coloca da seguinte forma: passar
o braço direito por debaixo das
suas pernas para que o de trás lhe agarre
a mão com a sua mão esquerda, ao
mesmo tempo em que dá ao seguinte
sua mão direita, por debaixo de
suas pernas.
Desenvolvimento: O facilitador
introduzirá um bambolê entre os braços de
duas pessoas. O objetivo final é
passar o bambolê por todo o círculo, sem
que os participantes soltem as
mãos.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Exercitar a criatividade e
imaginação.
SOLER (2003, p. 93)
8 – Pega Corrente
Material: Nenhum.
Disposição: Todos à vontade, pelo
espaço destinado para o jogo. O facilitador escolherá um para ser o pegador.
Desenvolvimento: O pegador terá
que perseguir os outros participantes.
Quando conseguir, segura a sua
mão, procurando pegar outro. Quem vai sendo pego forma uma corrente que, ao
chegar a oito integrantes, se divide em dois grupos de quatro pessoas que
continuam perseguindo os outros, que ainda não foram pegos. Sempre que a
corrente tiver o número de oito integrantes, ela se divide em duas.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Aprimorar a relação
interpessoal;
*Desenvolver habilidades motoras,
tais como: andar, correr, saltar,
desviar, etc.
SOLER (2003, p. 93)
9 – Pulo Gigante
Material: Cadeiras ( uma para
cada participante).
Disposição: Cadeiras colocadas em
fileiras.
Desenvolvimento: Cada pessoa
deverá sentar-se na sua cadeira, e o
objetivo do jogo será levar as
cadeiras até alinha demarcada no solo. O jogo possui algumas regras, tais como:
não se podem colocar as mãos nem os pés no solo. Para que o objetivo seja
alcançado é necessário que o grupo descubra uma estratégia cooperativa.
Objetivos:
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Aprimorar a relação
interpessoal;
* Desenvolver a criatividade.
SOLER (2003, p. 90)
10 – Quebra-Cabeça Cooperativo
Material: Cartolinas, tintas, giz
de cera.
Disposição: Todos à vontade, pelo
espaço destinado para a atividade.
Desenvolvimento: O facilitador
deverá pedir aos componentes do grupo que pintem um grande cartaz , com o tema
da paz, que deverá ser bem grande. Depois disso, cortar o cartaz em vários
pedaços, de forma a se criar um grande quebra-cabeça. O facilitador deverá
misturar bem as peças e pedir que cada um pegue um pedaço. E o objetivo final
será reconstruir novamente o cartaz.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Reforçar o trabalho em equipe;
* Aprimorar a observação.
SOLER (2003, p. 91)
11 – Todos em Cima das Cadeiras
Material: Cadeiras.
Disposição: Cada participante na
frente de sua cadeira.
Desenvolvimento: O facilitador
coloca uma música e todos os
participantes devem dar voltas ao
redor das cadeiras. Quando a música
parar, todos devem subir em cima
de alguma cadeira. Quando estiverem sobre as cadeiras, a música reinicia, todos
descem e a música retorna. O facilitador retira uma cadeira. Ninguém poderá
ficar com os pés no chão.
O jogo segue e a cada parada o
facilitador retira uma cadeira. O jogo acaba quando só sobrar uma cadeira, e
todos estiverem sobre a mesa.
Objetivos:
* Estimular a cooperação;
* Aprimorar o trabalho em grupo;
* Desenvolver a criatividade.
SOLER (2003, p. 95)
REFERÊNCIAS
BROTTO, Fábio Otuzi. Jogos
cooperativos: Se o importante é competir, o
fundamental é cooperar. 7 ed.
Santos: Projeto Cooperação, 2003.
BROTTO, Fábio Otuzi. Jogos
cooperativos: O jogo e o esporte como um
exercício de convivência. 2 ed.
Santos: Projeto Cooperação, 2001
BROWN, Guilhermo. Jogos
Cooperativos: teoria e prática. Trad. Rui Bender.
São Leopoldo, RS: Sinodal, 1994.
ORLICK, Terry. Vencendo a
competição. Tradução: Fernando J. G. Martins.
São Paulo: Círculo do Livro,
1978. Tradução
de: Winning through
cooperation.(1989).
PARANÁ. Secretaria de Estado da
Educação. Superintendência de
Educação. Diretrizes Curriculares
de Educação Física para os Anos Finais
do Ensino Fundamental e para o
Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2008.
PIAGET, Jean. A educação da
liberdade. Trad. Telma P. Vinha in Piaget:
teoria e prática. Campinas:
Tecnicópias, 1996.
RUIZ, Egydio. Aprendendo a
Didática. São Paulo: Cortez, 1995.
SOLER, Reinaldo. Jogos
Cooperativos. Rio de Janeiro: 2 ed. Sprint, 2003.
ZAGURY, Tânia. Encurtando a
adolescência. Rio de Janeiro: Record, 1999.