A avaliação da aprendizagem caracteriza-se como parte fundamental da ação pedagógica, sendo a base da reflexão sobre o processo de aprendizagem. Por isso, a avaliação deverá ser realizada em diversos momentos, em situações variadas, respeitando o ritmo de desenvolvimento de cada aluno. Deverá ser levado em conta, não apenas o que foi aprendido durante a aula, mas também os conhecimentos prévios trazidos pelos alunos do ambiente extraescolar.
A pedagoga Jussara Hoffmann, define avaliação como: “[…] uma das mediações pela qual se encoraja a reorganização do saber. Ação, movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa. Professor e aluno buscando coordenar seus pontos de vista, trocando ideias, reorganizando-as” ( 1991; p. 67).
A avaliação nessa perspectiva, está intrinsecamente ligada à concepção de ensino aprendizagem, e das ações didáticas desenvolvidas em sala de aula. O primeiro ponto que deve ser compreendido, quanto ao processo de avaliação, é que o ato de avaliar, não deve ser apenas o de julgar os erros e acertos do aluno.
Para Luckesi ( 1999, p.58), “ […] sobre o insucesso ou e o erro, aprendemos a retirar dele os melhores e os mais significativos benefícios, mas não façamos deles, uma trilha necessária de nossas vidas. Eles devem ser considerados percalços de travessia, com os quais podemos positivamente aprender e evoluir.”
Vale elucidar que na pedagogia tradicional, o erro era concebido como algo inadmissível, de maneira que o aluno ao cometê-lo era rotulado de incapaz. Ainda é comum encontrarmos educadores que entendem a avaliação como sinônimo de prova. Segundo Hoffmann (1991), muitos educadores ainda tendem a ensinar e avaliar da mesma maneira em que aprendeu, tentando resgatar a escola de outrora, para reproduzí-las nos dias atuais.
Nós educadores ao avaliarmos nossos alunos não podemos nos esquecer de que estamos “ avaliando a nossa própria atuação como professores e as atividades de ensino que planejamos e desenvolvemos com eles”. ( COLL, 1997, p. 198). Sendo assim, deve-se esclarecer para o aluno, porque ele será avaliado, como será avaliado, com quais critérios, com quais conteúdos, não deve haver surpresas no dia da avaliação.
Com base nas propostas de mudança da avaliação tradicional para a diagnóstica, Luckesi (1999), destaca que a conversão implica o entendimento novo da situação e dos rumos a seguir e de sua tradução na prática diária, teoria e prática forma uma unidade na ação para a transformação.
É imprescindível, que estejamos atentos para a desafiadora concepção de avaliação educacional escolar no novo século. Tal reflexão faz constatar que avaliar assume dimensões mais amplas do que apenas atribuir notas.
Daí, decorre-se portanto, a necessidade de rompermos com a visão de que a avaliação é apenas uma exigência burocrática da escola. Como ocorre por exemplo em nossa realidade, na qual muitos professores mostram-se contra a chamada “Avaliação de Recuperação Paralela”, realizada quando o aluno não atinge a média mínima de 5,0. Vale ressaltar que o direito a recuperação é previsto em lei e portanto não pode ser negado. Essa acertiva se justifica pelo fato de que a avaliação conforme Hoffmann (1991), é inerente à educação, de forma a problematizar, questionar, refletir sobre as ações, indagar e investigar.
Nessa perspectiva o educador que se nega a oportunizar outro momento de avaliar o aluno, não se questiona, não encara o erro como possibilidade de acerto, portanto está realizando uma prática pautada em verdades absolutas, o que por sua vez, evidencia uma prática pedagógica tradicional.
Aspiramos neste momento por novas perspectivas de avaliação, o que exige do educador uma concepção de criança, de jovem e de adulto como sujeito de seu próprio desenvolvimento, inseridos no contexto de sua realidade social e política. Sabe-se que esta mudança de postura exige do professor formação e conhecimento acerca dos fundamentos teóricos relacionados que nortearão sua prática e mais especificamente a sua disciplina. No momento, temos na rede municipal, um grande contingente de professores graduados, com especializações e cursos de formação diversos. É hora portanto, de colocarmos em prática os conhecimentos adquiridos com os esforços de cada professor ao longo dos anos.
Este texto é excelente! Tive o prazer de fazer uma leitura dinâmica com meus professores nas Aulas Complementares. É um texto provocativo que promove boas reflexões sobre o tema em questão. Só gostaria de saber quem é o autor.
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