A
argumentação é a principal ferramenta de trabalho do coordenador
pedagógico. Durante a realização de seus afazes no cotidiano da
escola, o coordenador argumenta o tempo todo. Ele precisa muitas
vezes “ convencer ” o professor a realizar determinado trabalho,
atividade, projeto. O mesmo ocorre no contato com o diretor e com os
pais de alunos, no qual o coordenador lança mão de sua experiência
e conhecimento teórico para direcionar e resolver os dilemas
pedagógicos do dia-à-dia.
Se
não existem verdades absolutas, em educação menos ainda. Portanto,
ouvir o posicionamento do colega, não bater de frente com ele e
buscar respaldo para seus argumentos num referencial teórico é o
melhor caminho para o coordenador.
Para
isso, dominar algumas técnicas se faz necessário. Lembre-se que:
- Seus argumentos devem
ter um embasamento, nunca deve-se afirmar algo que não venha de
estudos ou informações previamente adquiridas.
- Seus exemplos devem ser coerentes
com a realidade, ou seja, podem até ser fictícios, mas não podem
ser inverossímeis.
- Cuidado com comentários em uma
escola, a respeito da outra escola em que você trabalha, isso gera
desconfiança.
O
texto abaixo, traz excelentes dicas que precisam ser assimiladas pelo
coordenador e colocadas em prática ao passo que forem surgindo as
necessidades.
Por
:Evanilde Gomes.
Como
ganhar uma discussão
Alessandra
Oggioni
Conduza o
raciocínio antes de dar opinião, não confronte o oponente de
maneira direta e nem pense em devolver acusações: descubra dez
passos para argumentar bem.
A maioria
das pessoas acredita que argumentar é “vencer” o outro,
colocando por terra suas ideias e opiniões. Mas este é um grande
engano.
Segundo o
professor de linguística Antônio Suárez Abreu, autor do livro “A
Arte de Argumentar – Gerenciando Razão e Emoção” (Ateliê
Editorial, 2008), saber argumentar é, em primeiro lugar, aprender a
integrar-se ao universo do outro. “É preciso fazer com que o outro
tenha condições de ver o objeto da disputa de um ponto de vista
diferente daquele a que está acostumado e, ao final, tenha o desejo
mudá-lo, concordando com quem argumenta”, explica.
Portanto,
em uma discussão, está terminantemente proibido querer impor o seu
ponto de vista a qualquer custo. Aquele que logo de cara diz “eu
não concordo com você” provavelmente não vai conseguir convencer
ninguém. Sendo assim, mostrar consideração pelo que o outro pensa
ou sente é o melhor caminho. “Quando nosso interlocutor acredita
que pensamos de maneira igual, fica mais fácil ele concordar com as
teses que estamos defendendo”, afirma Ana Lúcia Tinoco Cabral,
pesquisadora da área de linguística e autora do livro “A Força
das Palavras – Dizer e Argumentar” (Editora Contexto, 2010)
Veja dez
pontos para argumentar melhor em qualquer discussão ou negociação.
1. Não
bata de frente
Em
primeiro lugar, é importante aprender a ouvir, para detectar o que o
outro pensa sobre um determinado assunto. “Ninguém consegue
convencer o outro batendo de frente com seus valores ou modelos
mentais. É sempre importante, antes de propor um argumento,
conseguir abrir uma brecha nesses modelos”, ensina o professor
Antônio Suárez Abreu.
2. Foque
no que o outro tem a ganhar
Depois
que você ouviu atentamente a exposição do outro, coloque o foco da
sua fala no que o interlocutor tem a ganhar, e não naquilo que é
objeto imediato do seu desejo. Foi assim que o analista de logística
Rafael Dalecio Luiz conseguiu uma vaga em uma multinacional
automobilística para a qual prestava serviço. “Eu era de uma
empresa terceirizada e tinha sido transferido de São Paulo para
Curitiba há um ano. Quando vi que havia vagas no cliente, percebi
que era uma chance de voltar. Então, resolvi me oferecer ao cargo”,
diz.
Mas
quando procurou o responsável pelo processo seletivo, Rafael embasou
os argumentos naquilo que a companhia teria a ganhar com a sua
contratação, em vez de simplesmente dizer que gostaria de retornar
à cidade natal. “Mostrei que a empresa economizaria, pois não
precisaria arcar com custos de transferência, e também apresentei
os resultados da minha performance na área com números, que deixam
a informação mais crível”, conta ele, que conseguiu a vaga.
3. Use os
argumentos certos
Para
“vencer” uma discussão, também é preciso escolher os
argumentos de maneira apropriada e conduzi-los de forma lógica. De
acordo com o professor de oratória Reinaldo Polito, o mais adequado
é embasar sua fala em exemplos, comparações, estatísticas,
pesquisas, estudos técnicos e científicos, teses e testemunhos.
Desta forma, é essencial manter-se sempre bem informado sobre o que
acontece à sua volta. Quando necessário, vasculhe dados que possam
ser úteis para um argumento consistente.
4. Foque
nas ideias principais
Um erro
bastante comum no processo de “convencer” o outro é usar muitos
argumentos ao mesmo tempo. Isso pode confundir a pessoa e enfraquecer
o poder de persuasão. Por isso, o melhor é eleger as ideias mais
consistentes e focar apenas nelas. No entanto, evite ficar repetindo
o mesmo discurso a todo momento, para que a alegação não perca a
força.
5. Não
apresente sua opinião de cara
Uma
técnica que costuma funcionar bem é não apresentar a sua opinião
logo de cara. O bom orador, aquele que argumenta de forma eficaz,
conduz o raciocínio para depois apresentar a tese. Daí, se o outro
concordou com o pensamento todo fica mais fácil, e até inevitável,
aceitar a ideia.
Nestes
casos, uma boa dica é usar argumentos dedutivos, ou seja, aqueles
que partem do geral para o particular. Por exemplo: Todos os
habitantes da ilha são alfabetizados (informação de conhecimento
geral). Alberto é um habitante da ilha. Logo, Alberto é
alfabetizado (dado de caráter particular).
6. Mude a
importância dos valores
No livro
“A Arte de Argumentar – Gerenciando Razão e Emoção”, Antônio
Suárez Abreu mostra a re-hierquização de valores como um bom
método para argumentar. “Você não destrói um valor do outro,
apenas põe um outro acima, em termos de hierarquia”, diz. Na
verdade, é uma espécie de drible. Um exemplo disso é o que fez
Monteiro Lobato em seus livros infantis. Em sua época, por volta de
1920, o “modelo do pai rigoroso” imperava. Em vez de combatê-lo,
o autor colocou as crianças em férias no Sítio do Picapau Amarelo,
um lugar em que o pai foi substituído por uma avó carinhosa, Dona
Benta, que podia ensinar sem punir.
7. Fuja
da retorsão
Não
abuse da chamada retorsão, o ato de mostrar que o interlocutor
pratica ações contrárias às que defende. É o caso de alguém
que, confrontado por chegar atrasado, diz algo como: “Mas, você,
no mês passado, também chegou atrasado três vezes”. Este
argumento é o mais usado nas chamadas DRs, as temidas “discussões
de relacionamento” . E é por isso que um casal raramente chega a
um consenso.
8.
Transmita credibilidade
De acordo
com o professor de oratória Reinaldo Polito, o melhor de todos os
argumentos é a credibilidade do orador. Assim, a alegação só terá
o efeito desejado se existir coerência entre o discurso e a atitude
de quem fala. “Por melhores que sejam as palavras, se não
encontrarem respaldo no comportamento do orador, não terão crédito
e não serão suficientes para convencer”, diz.
9. Fale
com domínio e entusiasmo
Outro
ponto importante para passar credibilidade no argumento é ser
natural, espontâneo e, principalmente, demonstrar conhecimento sobre
o assunto que se expõe. Também é essencial transmitir emoção. “A
força da argumentação também depende da maneira como ela é
exposta. Se a pessoa falar sem motivação, sem energia, sua causa
poderá parecer inconsistente”, analisa o professor Reinaldo
Polito.
10. Trate
o outro com educação e gentileza
Seja qual
for o debate, é importante sempre tratar o outro com educação e
gentileza. Sem isso, nada funciona. “Por favor”, “entendo seu
ponto de vista” e “obrigado por expor tão claramente aquilo que
pensa” são maneiras de se mostrar comprometido com a imagem do
outro.
http://delas.ig.com.br/comportamento/2013-03-13/como-ganhar-uma-discussao.html
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